Sobre a campanha do TSE “vem pra urna”

Adaptação livre do graffiti de Banksy

“Não vem pra rua, vem pra urna”, esta é a campanha do TSE, como representantes do órgão explicitam no vídeo divulgação da sua campanha publicitária. Eco evidente das jornadas de junho de 2013, a dita campanha chama aos jovens, cujo voto não é obrigatório (entre 16 e 18 anos) para comparecer a votar em outubro. Imagens que lembram as manifestações são utilizadas sem pudor. Mensagens implícitas e explícitas da elite que luta pela “governabilidade”: as prisões a manifestantes que participaram do movimento auto-organizado durante o último ano se contrapõem a esta forçada alegria dos jovens que sorriem e cantam um samba enquanto votam em alguma das opções dentro das quais você é permitido a escolher. Enquanto cores escuras (principalmente o negro) e sons assustadores são relacionados com as expressões populares da rua, música e cores claras e brilhantes (sobre tudo amarelo) aparecem ligadas ao tão enaltecido processo democrático. Uma tentativa de captar a energia, a revolta e a alegria com que os brasileiros saíram às ruas para descobrir que era possível encontrar o outro, se reconhecer no outro. Mas isso não está nas urnas, não adianta. Os candidatos não olham no olho, não põem o corpo na frente de um policial para te defender das balas, não choram com você de raiva e indignação, não pegam sua mão caminhando sob a chuva. Isso só está e continuará sempre estando na rua, na organização popular.

vem pra urna

 

 

 

 

 

https://www.youtube.com/watch?v=Un9M8jgQYHQ