Seis mil desalojados. Olimpíada pra quem?
Foto Capa: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Por conta de um mandado de Reintegração de Posse concedido pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro na última quinta-feira, 10, o Estado deu mais uma demonstração de sua força desproporcional, e removeu, de forma arbitrária, 6 mil pessoas da Favela da Telerj, situada no bairro do Engenho Novo, subúrbio do Rio.
A ação policial gerou revolta da população que ocupava o prédio, abandonado há oito anos pela empresa de telefonia Telemar Norte Leste S.A. (Oi). Houve resistência, e de acordo com moradores despejados, o aparato policial utilizou armas letais até mesmo contra crianças que estavam no local.
Como sempre, de forma tendenciosa, a grande mídia chegou a afirmar que a obstinação popular era, na verdade, uma “arruaça promovida por traficantes”. Fatos que foram facilmente desmentidos por quem estava no local ou acompanhava a cobertura, através da imprensa independente ou nas redes sociais.
O Rio de Janeiro será sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Mesmo diante das gravíssimas questões habitacionais que enfrenta, nenhum equipamento público que está sendo construído para o evento leva em conta a necessidade de suprir o déficit da cidade. Para efeito de comparação, Londres, uma capital de primeiro mundo, e sede dos jogos de 2012, cedeu 50% dos 2.800 apartamentos da Vila Olímpica à população mais pobre.
O Direito à Moradia é garantido a todos, conforme o artigo XXV da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Portanto, em outubro, quando PMDB, PT e seus primos disserem que governam para o povo, lembrem-se dessa desocupação.