Colorido artificial!

Foto: Felipe Barcellos – Coletivo Mariachi*

Tanta gente sem casa, tanta gente sem escola e tanto colorido artificial na Cidade Olímpica.

Segundo dados divulgados pelo governo municipal do Rio, os gastos com as Olimpíadas foram de R$ 39 bilhões e 43,6% (R$ 17 bilhões) desse valor foi retirado dos cofres públicos – federal, estadual e municipal.

Somente a prefeitura do Rio, nas grandes intervenções – VLT, corredores de BRT, Parque Olímpico, duplicação do elevado das bandeiras e a ciclovia Tim Maia – gastou exatos R$ 9,6 bilhões. Para fazer um comparativo, uma creche custa em média R$ 3 milhões, que é mesmo valor que está sendo investido na requalificação dos nove andares do edifício que vai abrigar, com dignidade, 42 famílias da Ocupação Manoel Congo (Rio de Janeiro, Centro).

Apenas com o aporte do município, incluindo empréstimos feitos no BNDES, os recursos destinados, até agora, para as Olimpíadas poderiam ter sido investidos na requalificação de cerca de 1.600 edifícios e na construção de 1.600 creches. Segundo o senso realizado em 2013, existem 5.580 pessoas morando nas Ruas da cidade do Rio de Janeiro, essas pessoas teriam um teto se apenas 45 edifícios, nos moldes da Ocupação Manoel Congo, fossem requalificados. Esse investimento custaria, aos cofres públicos do município, menos de 1,5% do que foi gasto nas Olimpíadas e, se tomarmos como base os R$ 17 bilhões sequestrados dos cofres púbicos, este projeto de moradia popular representaria menos que 0,8%.

Imaginemos se a educação e a moradia fossem prioridade dos governos?

A escassez é invenção da acumulação.

Vivemos no mundo do desperdício, do abandono, da falta de humanidade.

Foto em sua postagem original:

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